segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Confusos



















Os confusos tem seus fusos trocados
Parafusos confinados
em paredes de finados
sustentando retratos
pelo tempo demarcados

Suspiram por fartos, simulam fatos
sinalisam status muitas vezes ultrapassados
Os confusos fazem uso da sorte
confiam no vento, para a morte da certeza
às vezes cercam-se de macio, às vezes de aspereza
Confundem o próprio confinamento
aos confetes de sua fortaleza
Fundem o saber das rochas
à consistência da sobremesa


CLARISSA ARARIPE – 07/12/2010 – 00:47

sábado, 27 de novembro de 2010

Sintonia

Creio que de alguma forma
Temos certa sintonia
Que vicia
Não sacia
Nascia, morria e nascia

Mulheres gostam desse jogo viril
Do elogio ao desprezo
Do desprezo ao elogio
Mas não é qualquer mulher
Que entende este mundo yang ostil
Apenas mulheres-flores
Cheias de cores e sabores
De uma ancestralidade que se diluiu
Mulheres milhares
e ao mesmo tempo singulares
De intensos mares em seu navio

Proféticas palavras que se fundem
Fogo no pavio
Que nossos poemas nos mudem
Tirando-nos um pouco
Do profano vazio

Um semblante, por si só
é UMA faceta,
em mil



CLARISSA ARARIPE
22/3/2009

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Saudades de um tempo que ainda não passou...

É o Que Me Interessa

(Música de Lenine)

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.
Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.
Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O PONTO

O ponto é
O ponto é elo
Entre a fronte e o singelo
Entre o amar e o amarelo

O ponto
De muitas formas
Pode ser belo

O ponto é a ponte
Entre a busca e a fonte
Entre o rio e o monte
Entre o “vou te contar” e o “então me encante”
Diante do ponteiro a rodar
Diante do estonteante tempo
A passar
De um ponto a outro
De um encontro a outro patamar

Eu sabia que isso ia acontecer
Acontece, e tece a vida em nosso ser
Engrandece, e há, com tudo isso
A beleza do renascer

Chegou a esse ponto
Chegou em minha vida
O ponto de encontro entre o “não ter mais”
E o “ter que esquecer”
Entre o ponto final
e o ponto de partida
Entre o ponto “tchau”
e o ponto “merecer”
Da dor dopada
à dor doída
Do sinal
à ferida
Do fatal
à vida

Ponto

Começou de novo (ponto interrogativo)
Nem te conto ponto ponto ponto



CLARISSA ARARIPE (29/3/2009 )

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

De 22 p/ 23 de agosto



A madrugada não é obrigada
a aguentar todos os meu pensamentos
Aí, avisa aos sonhos
fazendo remexer na cama a todo momento
Quero dormir, mas a razão não deixa
Quero sonhar com um mundo sem queixa
Madrugada deixa, me deixa sonhar!
Embala meu sono
para amanhã ter um feliz despertar
Sentir alegria
Ouvir o coração palpitar
Sai fora fantasia
Quero um sonho que me faça acordar


CLARISSA ARARIPE

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Postos

Os opostos nem sempre se atraem
Os dispostos, felizes se distraem
Os indispostos traem...
ou, de fininho saem
Os a postos nunca caem

Clarissa Araripe

terça-feira, 6 de julho de 2010

Momentos


Momentos

Momento de recolhimento
De movimento interior
De internalizar bom sentimento
De em mim sedimentar o amor
A morada de nossa consciência
Ciência do coração
Coragem e paciência
Participam de um pensamento são
São tantas as nossas maneiras
De se entender cada emoção
Expandindo nossas peneiras
De amor e de compreensão

Cumprindo importante sentença
Comprido caminho à frente
Valorizando quem mereça
Ligando-se a quem nos faz contente
Enfrente toda a indiferença
Cresça, tenha fé, reinvente
Recicle o que faz e o que pensa
Respire mais, movimente

CLARISSA ARARIPE

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cantando na serra da Meruoca

Para quem não pôde me assistir cantando no Festival de Música da Meruoca-CE, aí está!! http://www.youtube.com/watch?v=CvjELuR0mrU

Na foto, a banda que me acompanhou, do próprio festival (da esq. p/ a direita): Renato Campos (baixo), Renato Anderson (flauta), Mimi Rocha (violão),Tito Freitas (teclado) e Denilson Lopes (bateria). Na foto também a jornalista Joanice Sampaio e eu!

 

sábado, 29 de maio de 2010

ARTE


A arte, para existir, exige interatividade. Necessita dos sentidos humanos para aflorar, como um olhar interessado, um ouvido instigado, um certo tato na percepção, um coração desarmado e um conjunto atento ao que nos capta a emoção. 

 A arte parte do princípio que algo se transformará após sua manifestação, ou não, simplesmente ali está. Quem captar captou, quem se envolver, de alguma forma se modificou.  É uma ação, manifestação, emanação movedora das emoções, mantenedora das criações, por diferentes contextualizações. 

 De acordo com o site Wikipédia, em 1923 foi incluído pelo crítico de cinema Riccioto Canudo o termo sétima arte, para incluir o Cinema no Manifesto das Sete Artes. Atualmente este conta com onze artes, a saber: 1ª – Música; 2ª – dança/coreografia; 3ª – pintura; 4ª – escultura; 5ª – teatro; 6ª – literatura; 7ª – cinema; 8ª – fotografia; 9ª – história em quadrinhos/ banda desenhada; 10ª – jogos de computador e de vídeo e 11ª – arte digital, que são as artes gráficas computadorizadas 2D, 3D e programação.  

 Segundo o mesmo site, “Há uma certa dúvida se a ordem colocada estaria correta, porém um maior número de pessoas concorda com a ordem encontrada, apenas criando uma grande dúvida na posição do teatro e da literatura.” 

 Cada arte tem sua linguagem, e neste manifesto estes conceitos são associados da seguinte forma:
 

         A arte é som que preenche, movimento que perpassa, cor que salta, forma que impõem espaço, interpretação que comove, palavra que se internaliza e imagem que se revela. Também se podem trocar as qualidades de tais conceitos sem perda do significado, conforme a Figura 1.


                     Fonte: A autora

Ou seja, assim como arte é som que preenche, é também som que perpassa, que salta, que impõe espaço, bem como qualquer outro conceito de arte dos referidos permanece com sentido ligando-se a qualquer outra característica, refletindo o ar subjetivo e ao mesmo tempo efetivo da arte.

Ela simplesmente é, em sim, e ao mesmo tempo é, com o outro, que também pode ser a própria arte.

CLARISSA ARARIPE

domingo, 11 de abril de 2010

Sentimento X Pensamento

Quando alguém faz algo de coração, os outros facilmente percebem, como no caso dessa linda música que o Nando Reis fez pra filha dele, Zoé...
http://www.youtube.com/watch?v=snTnY-Bo6i0

O mundo ficaria melhor se todos fizessem as coisas, além de pensadas, de forma mais sentida. 

"A razão quer falar, o coração quer escutar;
A razão quer mandar, o coração quer partilhar;
A razão quer definir, o coração quer sentir;
A razão quer calcular, o coração quer arriscar;
A razão quer determinar o futuro, o coração quer gozar o presente;
A razão quer regras, o coração quer espontaneidade;
A razão quer medir as palavras, o coração expressa-as sem medo;
A razão quer manipular, o coração quer apenas se expressar sem jogar;
Enfim, o que determina meu amor por alguém? A razão quer determinar características específicas: altura, peso, cor dos olhos, tipo físico etc... mas o coração ignora a razão porque, como diz Saint Exupery, “o essencial é invisível aos olhos” e é por isso que O CORAÇÃO realmente TEM RAZÕES QUE A PRÓPRIA RAZÃO DESCONHECE, como dizia Blaise Pascal..."    André Carlos Massolini


quarta-feira, 24 de março de 2010

MÚSICA ORGANIZACIONAL DE MIM


  
















24/03/10

Momento monografia
Grafia de um tema
Vem na teima, e me desafia
Pois quase não há bibliografia
Mas encaro este problema!

Minhas idéias não se silenciam
O pensamento, se afia
Nele um assunto-dilema
Música nas companhias
Esse agora é o meu lema!

Música organizacional
A toda empresa beneficia
Público interno, sorria!
Toque e viva a cantoria
Sinta essa energia
E melhorará o seu emblema

Fazer o que gosta, em sintonia
Deixa a vida mais amena
E minha essência reverencia
Torno-me um pouco mais plena
De alegria

Esse é meu mundo de Sophia
E agora, também fazes parte
Compões comigo esta cena
Pois aqui, me espia

CLARISSA ARARIPE

terça-feira, 9 de março de 2010

EM SEU UNIVERSO

30/09/09

Em seu universo
Ora côncavo, ora convexo
Vou me distraindo
Dividindo nosso verso diverso
Nova fase está surgindo

E caminhando pelo seu reverso
Tomo partido nesse universo
Que verso pra ti
Praticando um espaço diverso
Prateleiras do tempo repartindo o partir

Me abre um caminho complexo
E perplexo vou divagando, sem nexo
vou nos dando sentido
E soltando o verso

O mundo fica bem mais divertido
Quando nele, juntos, estamos imerso
Em seu universo
Ora côncavo, ora convexo
Vou me distraindo

CLARISSA ARARIPE

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

02:37


  
















02:37                                   20/02/10 

O melhor horário para escrever
é de madrugada
As luzes 
tão apagadas
as vozes
silenciadas
as portas
rangem paradas
as palavras
são pelo vento ditadas

O coração
está mais lento
a mente
mais relaxada
E isso gera
um movimento
de inspiração
Horas sagradas

CLARISSA ARARIPE

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

QUARTINHA


QUARTINHA                26/01/10


No quarto toco minha quartinha
Nos 4 cantos ela tinha
Que ecoar

No eco, quarto me responde
Encanto de água do mar

No canto, canto para o eco
Recante ladainha
E no quarto tamborilar que vinha
No quarto crescente de lua minha
Quartinha quase falou
Com aquele tom água-marinha

 CLARISSA ARARIPE

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

MUDANÇA


Mudança                                                                        11/02/10


A mudança é muda,
e mansa, se faz presente
A mudança dança,
nos envolve e nos toca a mente

Emancipa uma pessoa
Modela, ressoa
A mudança me envolveu
A mudança sou eu?

A mudança é lança,
que se lança no ar
Corre nas águas nunca iguais de um rio
Está na trança, em Avatar

A mudança vem do novo
Nosso corpo sente
A mudança vem latente, vem do povo,
Mexe com a gente

A mudança se manifesta
Quer em teus atos se perder
É um 3º olho na testa
A mudança tem poder

A mudança que percebo em suas andanças
Tem um “q” de especial
Não fica só na lembrança
Foge do convencional

E qualquer pessoa
Pode sim fazer mudança,
basta querer
Tenha esperança,
a mudança está pra acontecer

A mudança é herança da evolução
mundo cheio de transformação
Esperança que o que mudar é para o bem
A mudança é uma muda
que muda quem tem

A mudança é redonda
Onda que vai e que vem

(Clarissa Araripe)

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Faces-perciana


Faces-perciana 04/01/10

Às vezes a verdade é dura

Mas se não surge complica

Às vezes só se vê candura

Em uma mentira bem dita


Há um limiar entre as ações humanas

Basta focar o olhar

Por trás das faces-percianas

E então mergulhar

Nas reais intenções que emanas


Olhe para aquele da festa

Que quando se manifesta

Denomina-se eu

Olhe para sua própria fresta

Frescor que só te resta

Quando está sem breu


Às vezes as palavras curam

Às vezes irritam

Complexos discursos furam

Desfazem-se os mitos

As realidades simulam

se imitam

Clarissa Araripe

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Par seria


Par seria 28/01/10

Par seria
Se essa parceria
Aparecesse
Partiria-me
Em muitas
partes
Se não viesse

Partituras
Sãos as partes cruas
De um princípio
Participo e não perco a hipótese
De ser só tua

No particípio presente de tua gênese
Posso ter sido arte
pura tese
uma pintura

quero ser parte
de sua partitura
quero ser parte
de sua partitura

Titubeias se sou lira, se sou jura
nem purê nem rapadura
Sou tempurá de verdura
O tempo dirá, ele dedura
Tempo de ver a verdade
que dura no ar

me fez te ver melhor
em seu verde olhar
parte tua que me cura
me fez renovar
me fez nova, um pomar
e ao mesmo tempo
mais madura

(Clarissa Araripe)