terça-feira, 2 de novembro de 2010

O PONTO

O ponto é
O ponto é elo
Entre a fronte e o singelo
Entre o amar e o amarelo

O ponto
De muitas formas
Pode ser belo

O ponto é a ponte
Entre a busca e a fonte
Entre o rio e o monte
Entre o “vou te contar” e o “então me encante”
Diante do ponteiro a rodar
Diante do estonteante tempo
A passar
De um ponto a outro
De um encontro a outro patamar

Eu sabia que isso ia acontecer
Acontece, e tece a vida em nosso ser
Engrandece, e há, com tudo isso
A beleza do renascer

Chegou a esse ponto
Chegou em minha vida
O ponto de encontro entre o “não ter mais”
E o “ter que esquecer”
Entre o ponto final
e o ponto de partida
Entre o ponto “tchau”
e o ponto “merecer”
Da dor dopada
à dor doída
Do sinal
à ferida
Do fatal
à vida

Ponto

Começou de novo (ponto interrogativo)
Nem te conto ponto ponto ponto



CLARISSA ARARIPE (29/3/2009 )

4 comentários:

  1. Querida Larissa,

    não sou muito de ler poesia, principalmente na net, mas deixei-me fluir nas palavras dos seus poemas e quando dei conta já tinha lido uns quantos.
    Muito legais!

    lpa

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  2. De pontos em tantos pontos construo meus contos.
    A pouco em Chapada dei nós sem pontos e na cachoeira de meu encanto um encontro sagrado guiou-me ao ponto central...
    Mas não há de ver que bruxos, magos e xamãs,
    duendes e fadas em seus afãs
    me apresentaram ao último dos pontos, o primeiro de outros tantos, que por nome em desencanto, costumam chamar de morte.

    Veio o vento, do coração do centro geodésico deste mundo, e levou-me ainda mais distante.
    Continuo como sempre errante, saudades de momentos antes, de passados não vividos, pedaços descontruídos, agora no sul do país.

    Tenho uma nova música. Mais um ponto entre poucos e saudosos contos.

    Toc Toc.

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  3. O ponto principal é que uns nasceram pra falar e outros pra encantar. Que difícil é encontrar um único ponto, quando alguém desperta um conjunto de retas. Que poucos são os que tem o dom de expressar o que muitos sentem e de sentir o que o outro não falou. Eu não apenas fiquei muda com esse poema tão pontuado, como os seus recadinhos que disseram tudo o que naquela hora eu não saberia falar " A busca de aprender a simplesmente ser, a gostar de estar só.. de buscar aprender com isso". E como é difícil, e fácil, quando alguém entende em que ponto você está. Felizes o que se encontram em meio a solidão e realizados o que possuem os amigos para que nunca deixem que essa solidão persista por muito tempo. Eu sou sua fã e sua amiga. Adoro-te muito. E vou puxar sua orelha quando você andar sumida.

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  4. Grata Daniel Simões, anônimo, que apesar de não assinar sei quem é, e Raquel pela visita e comentário! Vocês pontuaram muito bem meu coração de alegria!
    =)

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