sábado, 27 de novembro de 2010

Sintonia

Creio que de alguma forma
Temos certa sintonia
Que vicia
Não sacia
Nascia, morria e nascia

Mulheres gostam desse jogo viril
Do elogio ao desprezo
Do desprezo ao elogio
Mas não é qualquer mulher
Que entende este mundo yang ostil
Apenas mulheres-flores
Cheias de cores e sabores
De uma ancestralidade que se diluiu
Mulheres milhares
e ao mesmo tempo singulares
De intensos mares em seu navio

Proféticas palavras que se fundem
Fogo no pavio
Que nossos poemas nos mudem
Tirando-nos um pouco
Do profano vazio

Um semblante, por si só
é UMA faceta,
em mil



CLARISSA ARARIPE
22/3/2009

9 comentários:

  1. :*

    tudo muito simples e bonito por aqui, como sempre

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  2. o que fazer com você, flor de ir embora?

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  3. "flor de ir embora, é uma flor que se alimenta do que agente chora.." no meu caso, alimento-me do que me faz pulsar.. "é preciso amor para poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir..."

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  4. Quanto a o que fazer comigo, depende do contexto, depende do sentido. Mostre-se que eu te digo!

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  5. A lenha queimaria, seu eu colocasse
    Assim como eu arderia por apenas algumas palavras...

    Vejo graça nas crianças
    Em como com seus olhinhos anseiam abraçar o mundo
    sem saber que o mundo não se deixa abraçar...

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  6. passeio
    em teus cabelos indiados
    sussuro canções indecentes
    sofejo palavras de amor

    eriço
    a boca dormente
    dobro os troncos mais fortes
    afago a pele do mar

    arraso cidades
    refresco transeuntes
    crio cirandas
    de saci pererê

    não sei fazer outra coisa
    senão ser vento
    que passa vez em quando
    brincando de amar

    para que me ver
    se de segundo a segundo me engoles?
    aceite o fato
    de que se a vida pulsa
    é porque o peito rebuça
    pela força do ar...

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  7. Clarissa, aqui está pulsando paixão! Tudo discretamente passional.

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  8. querida raquel,

    os elementos não se apaixonam...
    eles se cruzam, se envolvem
    criam misturas e retornam
    aos quatro cantos do mundo.

    mistura de água com terra faz brotar
    água com fogo é apagar
    água e ar criam ondas
    espuma e magia...

    água com ar também fazem
    cortinas nas cachoeiras
    orvalho, sereno e
    coisas do amanhecer

    o vento sopra a água
    que se deixa transportar
    no meio do céu, banhados de luz
    inventam aquele portal
    que chamamos arco-iris.

    efêmeros, mas incomparáveis...

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  9. O silêncio é uma delicadeza
    um consentir
    um sim à partida

    pela porta aberta do mundo
    vou embora margarida.


    outras águas irei tocar
    outros sinos irão dobrar
    à força do meu sopro

    não pedirei licença
    atiçarei brasas, enterrarei cidades
    mas em face a tua presença
    serei sempre brisa e saudades


    vento duro, vento grosso
    vento só, vento louco
    vento mais, só mais um pouco

    vento doce
    vento beijos


    e essas feridas da vida margarida
    e essas feridas da vida amarga vida
    pra voce lembrar de mim
    pra voce...

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